sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O livro de Atos 6 - Pentecostes

Mensagem do dia 15 de agosto de 2010
Primeira Igreja Batista
Pr. Marcos Coelho Ramos

Texto: Atos 2:1-21
1. Revelações de Deus nas festas

2. Paralelo importante para entendermos a festa do Pentecostes
3. A relação entre o Sinai e o Pentecostes no cenáculo
4. Uma nova aliança


Introdução


Os judeus tinham três grandes festas: Páscoa e Tabernáculos ou Cabanas e Pentecostes.

  # A Páscoa era a festa em que os Judeus lembravam-se do Êxodo e celebravam a criação do povo Judeu.
Ø Páscoa significa passagem e remetia os Judeus ao dia em que a décima praga, a morte dos primogênitos, se cumpriria para a libertação da escravidão de 400 anos no Egito. Teriam que matar um cordeiro e colocar seu sangue nos umbrais das portas e o anjo da morte passaria sem entrar para executar o decreto de Deus em matar os primogênitos.

  # A festa dos Tabernáculos ou das Cabanas era a festa em que os Judeus celebravam a entrada do povo na terra prometida e para lembrarem, habitavam em cabanas por uma semana para se lembrarem dos 40 anos de peregrinação no deserto, quando moravam em cabanas ou tendas.

   # A festa de Pentecostes ou Festa das Primícias ou da Colheita os Judeus celebravam a revelação. Comemoravam a data da morte do Rei Davi e também o momento da entrega da Torá (o Livro da Lei ou os primeiros cinco livros da Bíblia cristã: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, chamados também de Pentateuco) a Moisés no monte Sinai.
Ø Na festa de Pentecostes, como nas outras duas, os judeus dispersos pelo mundo, deveriam peregrinar até Jerusalém.
   As três festas celebram então:
v A criação ou surgimento de Israel como nação – Páscoa
v A redenção ou a entrada na Terra Prometida - Tabernáculos
v A revelação ou entrega da Torá a Moisés – Pentecostes. É a palavra grega para o número 50.
   Deus estabeleceu a comemoração da festa de Pentecostes em Êxodo 23, Levítico 23 (onde diz que os Judeus deveriam comemorar a festa 50 dias após a Páscoa ou no dia seguinte ao sétimo sábado), e Números 28.
·       Será que é importante saber isso?

1. Revelações de Deus nas festas
   A Palavra de Deus está repleta de revelações de Deus aproveitando a peregrinação do povo a Jerusalém.
   Vemos isso principalmente no ministério de Jesus:
   Na Páscoa Jesus é revelado como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo através do Seu sacrifício na cruz
   É na Páscoa que Jesus celebra com os discípulos uma nova aliança, que seria caracterizada não mais pelo sangue de animais sacrificados, mas pelo sangue do Cordeiro de Deus derramado através do sacrifício voluntário do Filho em se oferecer ao Pai como oferta pelo pecado humano.
   É na festa dos Tabernáculos, no momento em que os sacerdotes derramavam água nos degraus do templo, que Jesus declara solenemente que todos que Nele cressem teriam no seu interior uma fonte de água viva, referindo-se ao Espírito Santo.
   É na festa do Pentecostes que Deus cumpre Sua promessa feita pela boca dos profetas, principalmente Jeremias, Ezequiel e Joel, de derramar o Espírito Santo sobre toda carne.

2. Paralelo importante para entendermos a festa do Pentecostes
   Os Judeus de todo mundo reunidos para a festa em Jerusalém. O que isso significa? Pelo menos duas coisas:
2.1 – Eles vão celebrar a festa das colheitas e das primícias.
   Nessa festa, eles vão recordar da fartura da Terra Prometida e da fidelidade de Deus em supri-los, e então, consagram a Deus os primeiros frutos, a primeira colheita que faziam.
   Mas esses Judeus não estão mais na Terra Prometida e essa festa não é mais apenas um festival agrícola que inaugura o tempo da colheita. Eles estão espalhados pelo mundo e essa festa tem um novo significado
2.2 – É uma grande festa para homenagear o Rei Davi e celebrar a entrega da Torá a Moisés.
2.3 – O significa da Torá ou da Lei: Marca toda a experiência religiosa e identidade da nação de Israel.
   A lei é para Israel o seu código de ética, sua carta magna de estado e nação. É ainda a expressão da vontade divina para a vida humana e é a revelação que Deus faz de Si mesmo.
] Toda espiritualidade de Israel está baseada no estudo da Lei, da Torá. Ainda hoje, as mentes mais brilhantes de Israel se dedicam ao estudo da Torá, porque ela é a revelação do Divino.
   A tradição da cabala, dizem os cabalistas, que no texto da Torá Deus está presente.
   Quando o Judeu celebra o Pentecoste, celebra este momento em que a Torá foi entregue a Moisés no monte Sinai.

3. A relação entre o Sinai e o Pentecostes no cenáculo
   No Pentecostes há o cumprimento de uma promessa feita por Deus a Israel e toda raça humana de uma nova, maior e definitiva aliança que Deus celebraria com os seres humanos.
3.1 – Jeremias 31:31-34: A Torá que é a revelação que Deus faz de Si mesmo, não estaria mais impressa nas tábuas entregues a Moisés, mas estaria gravada no coração – verso 33
3.2 – Ezequiel 36:26-27: Esta nova aliança não nos guiaria mais de fora para dentro, mas de dentro da nossa própria interioridade, porque Deus derramaria do Seu Espírito, e uniria o Seu Espírito ao nosso espírito, e dessa união receberíamos revelação do Divino e saberíamos não somente o Seu desejo e Sua vontade para nós, mas saberíamos que Ele é e encarnaríamos o que Deus quer para cada um de nós.
   Isso quer dizer que não somos mais guiados pelo que vem de fora, mas pelo próprio Espírito Santo de Deus a partir da união do Espírito com o nosso espírito.
Ø É isso que está acontecendo em Pentecostes.
   Foi isso que Jesus disse aos discípulos que precisavam nascer de novo para receber este novo coração e nascer do Espírito – João 3:1-8
   Paulo também nos diz – 2 Coríntios 2:14-15
   O que Jesus disse que aconteceria quando o Espírito fosse derramado – João 14:26; 15:26; 16:13
   Somente mediante a ação do Espírito Santo alguém pode conhecer quem é Deus, discerni-LO como Deus e conhecer e praticar a vontade de Deus – 1 Coríntios 12:1-3
   Isso evidente na resposta de Pedro quando Jesus pergunta que dizem as pessoas ser Ele – Mateus 16:13-17
   É somente pelo Espírito Santo que podemos ter acesso à revelação de Deus – 2 Coríntios 3:2-3

4. Uma nova aliança  
   Pentecostes é o dia do cumprimento de uma nova aliança celebrada por Deus conosco.
   Assim como Deus derramou a Torá sobre Israel na primeira aliança, derramou Seu Espírito Santo sobre toda a carne nesta segunda e definitiva aliança.
   Na primeira aliança a revelação de Deus escrita em tábuas e exposta do lado de fora do ser humano. Na segunda aliança, celebrada no Pentecostes, faz com que o que estava gravado em tábuas de pedra, fique gravada pelo Espírito Santo em nossos corações e faz com que Deus se comunique diretamente conosco.
   Pentecostes é o dia da mudança de uma Era e o início de uma verdadeira nova era, nova criação. E mais:
   Deus nos capacitou para que fôssemos ministros da nova aliança. Não da letra que mata, mas o Espírito que vivifica.
   E por termos o Espírito Santo, podemos crer:
] Na morte e ressurreição de Jesus Cristo – Mateus 28:1-7
] Que somos filhos de Deus – Romanos 8:16
] Na salvação eterna – João 3:16; 5:24
   Porque o Espírito Santo foi dado em Pentecostes podemos ter a revelação de Deus em nós, e não somente conhecer a Deus e Sua vontade, mas experimentar Deus em nós e fazer Sua vontade sob a revelação e orientação do Espírito Santo que habita em nós.
   Somos uma nova criação, nova criatura – 2 Coríntios 5:17; Gálatas 2:20

Conclusão
   Como ministros da nova aliança temos que nos deixar encher pelo Espírito Santo – Efésios 5:18
   Então vamos poder viver Cristo em nosso dia a dia – Efésios 5:19 a 6:9
   O Pentecostes é a Torá vindo para dentro de nós, nos levando a viver uma vida santa diante de Deus e dos outros seres humanos, nos tornando testemunhas, proclamadores de Cristo com e através das nossas vidas.
   Com nossa vida em Cristo através do Espírito Santo, vamos poder viver para glorificar a Deus em tudo e em todos os momentos, pois o Espírito Santo agora habita em nós.
   O derramamento do Espírito Santo é o chamamento de Deus para que nós assumamos o nosso papel de cooperadores de Deus na obra da redenção, não só da raça humana, mas de toda a criação de Deus.
   O Espírito Santo é que nos capacita. Amém! Aleluia”

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